segunda-feira, 29 de junho de 2015

Os deuses no céu


OS DEUSES NO CÉU
“Conhece a ti mesmo”, dizia a inscrição no templo do oráculo de Delfos, na Grécia antiga.
A tarefa é fundamental, e não é simples: a filosofia esotérica ensina que o mapa da nossa alma é o mesmo mapa do sistema solar.
Cada ser humano é um pequeno retrato do cosmo. Em consequência disso, ficamos diante de um paradoxo astronômico. Para que um indivíduo possa conhecer a si mesmo, deve conhecer o universo.
A identidade oculta de cada alma com a galáxia inteira é percebida intuitivamente pelos poetas. Segundo Olavo Bilac, o homem que pensa e ama é tudo: “é a Terra, é Terras de ouro em céus profundos”. E é também “outras almas vibrando em outros mundos”.
O homem, para ele, é “as nebulosas, gêneses imensas, fervendo em sementeiras de astros novos”. E ele é “todo o cosmo em perpétuas chamas”.
De certo ponto de vista, dialogamos secretamente com o céu o tempo todo, e Bilac confessou, em um dos seus poemas mais famosos :
“Ora, direis, ouvir estrelas! Por certo perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, que para ouvi-las, muitas vezes desperto, e abro as janelas, pálido de espanto”.[1]
O diálogo com o céu se dá de modo em grande parte subconsciente. A ciência astrológica busca conhecer de modo racional essa troca de energias com o universo. Ela faz um mapa com os detalhes da ligação magnética de cada indivíduo com os diversos planetas. Assim obtemos uma astronomia da alma. A partir da análise da posição dos astros no céu no momento em que nascemos, a astrologia busca revelar o sentido geral, as possibilidades, os desafios e as oportunidades da nossa existência no mundo dinâmico do sistema solar. A astronomia da alma é uma psicologia decisiva para quem trata de aprender a viver.
O hábito de observar o céu nasceu junto com a humanidade. Os povos do passado estudavam astronomia e buscavam orientar-se espiritualmente através da sua relação com planetas e estrelas.
Os reis da antiga Índia, da China, do antigo Egito e dos povos andinos consideravam-se filhos do Sol. Os maias e astecas tinham uma astronomia sofisticada. Os deuses dos gregos moravam no céu. A palavra Zeus vem do termo sânscrito Diaus, que significa “céu”. Zeus, o senhor do espaço cósmico grego, é o mesmo Júpiter dos romanos e serviu de modelo para a figura quase humana do Deus cristão.
O universo é a expressão material de uma inteligência superior. Por isso, embora sua essência esteja além das palavras, suas manifestações são compreensíveis desde vários pontos de vista. As linguagens pelas quais o universo pode ser compreendido não incluem apenas a matemática e a geometria, mas também a percepção mística. Em inúmeros casos, como veremos, essas três linguagens caminham juntas.
O ato de olhar o céu à noite nos leva a uma compreensão intuitiva e espiritual do universo. Os planetas eram os deuses peregrinos dos antigos. O grande axioma da Tábua de Esmeralda afirma que “o que está embaixo é como o que está em cima, e o que está em cima é igual ao que está embaixo”.[2]
Segundo a tradição hermética, a natureza espiritual de cada ser humano emana das estrelas. A alma individual desce pelas órbitas dos sete planetas sagrados da antiguidade, até passar pelo mistério do nascimento. Ao tocar o mundo material, ela ganha como instrumento de expressão uma estrutura magnética pessoal que reproduz, de certo modo, a posição do sistema solar naquele momento.
(Carlos Cardoso Aveline)
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Reproduzido do artigo "Os Deuses no Céu", de CCA. O texto está emwww.FilosofiaEsoterica.com e seus websites associados.

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